terça-feira, 3 de março de 2009

MEU SANGUE... TEU SANGUE



Você precisa sair da linha que divide a brevidade do hoje

Nossa trilha não existe mais

Nossos caminhos já se foram....


Já saboreei você

Provei do doce ao salgado,

já fumei você

Nas narinas teu cheiro infiltrava nos meus pulmões

Já senti você tão dentro, que me sentia fora....


Mas não deixe de me olhar
O ontem foi ontem, e te falo a verdade

Não há o verbo haver e existir

O meu peito bate forte

E preciso jogar-te água pra acordar e ver que não há nós...

não há nós... não há dois....


Pega sua bagagem e caminha sua vida

Não te prendo a um ego inflamado de ser amada

Te libero das garras de uma paixão que se foi...

que se foi....

Deita o teu amor por mim num livro de retratos

Num livro que a edição foi interrompida ,

como você mesmo disse...


Molhe as fotos desse carnaval,

mas com o poder da lembrança apenas...

Sutil...

Forte...vivida...Experimentada...

Numa adolescência cumplice.


Mas não molhe novamente meu rosto


ao te ver sem chão por mim....


Vai ...


Precisas ir....


Gleidi Campos

Um comentário:

Malu disse...

Grandioso, delicioso! Lindo poema.

"Já senti você tão dentro, que me sentia fora"


Espetáculo. Amo-te, Blle de Jour!