Você precisa sair da linha que divide a brevidade do hoje
Nossa trilha não existe mais
Nossos caminhos já se foram....
Já saboreei você
Provei do doce ao salgado,
já fumei você
Nas narinas teu cheiro infiltrava nos meus pulmões
Já senti você tão dentro, que me sentia fora....
Mas não deixe de me olhar
O ontem foi ontem, e te falo a verdade
O ontem foi ontem, e te falo a verdade
Não há o verbo haver e existir
O meu peito bate forte
E preciso jogar-te água pra acordar e ver que não há nós...
não há nós... não há dois....
Pega sua bagagem e caminha sua vida
Não te prendo a um ego inflamado de ser amada
Te libero das garras de uma paixão que se foi...
que se foi....
Deita o teu amor por mim num livro de retratos
Num livro que a edição foi interrompida ,
como você mesmo disse...
Molhe as fotos desse carnaval,
mas com o poder da lembrança apenas...
Sutil...
Forte...vivida...Experimentada...
Numa adolescência cumplice.
Mas não molhe novamente meu rosto
ao te ver sem chão por mim....
Vai ...
Precisas ir....
Gleidi Campos
Um comentário:
Grandioso, delicioso! Lindo poema.
"Já senti você tão dentro, que me sentia fora"
Espetáculo. Amo-te, Blle de Jour!
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