segunda-feira, 23 de março de 2009

DO DESCONEXO DO MEU PENSAMENTO

Do desconexo do meu pensamento
(FOTO GONÇALVES SOUSA)

Subi a íngreme escada do caminho retilíneo
num horizonte previsto e traçado.
Não me curvei, não me esquivei,
mantive-me parado.

Ansiei que aliviasse a dor
de meus turvos olhos, míopes
por forçar a vista a frente
atrás de um sonho róseo e almejado.

E nada!

O medo sorria-me quase sadicamente.
Via todos os dentes!
Perfeitas madrepérolas do crânio.

Bebi o vinho em uma taça feita de âmbar,
só não percebi a cicuta misturada ao líquido fermentado.

Era tarde!

Meu pensamento antes confuso
tornou-se desconexo
e já não mais me fazia sorrir ante a adversidade.
Perdi-me
Miss T.

2 comentários:

Malu disse...

Forte, denso, bem talhado. Momento crucial... Desses nossos conflitos mais íntimos... Delicioso poema, amiga. Amotu, Sakura Flower! Bjo.

Sereníssima-Lena Ferreira disse...

Nossa! Intenso e visceral...Tua digital, menina. Saudades, viu...
Beijo sereno.