quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MUDA

Muda
(Foto A. Brito)

Lancei à força plena
o corpo cansado
contra os rochedos
cobertos de cracas.


A pele surrada
pela fuligem do caminho,
soltou-se aos poucos
do apego humano
à carne que continha...


E fiquei assim,
por dias, carne viva,
à flor de minhas culpas.


O sal, do mar, de mim,
em sua inerente assepsia,
permitiu-me a muda
e enfim, recobri-me:


Nova!


Malu Sant'Anna

Um comentário:

Rose disse...

Sempre aprendo algo de novo com teus poemas, sempre me acrescenta...seria talvez porque vc se doa neles, não é?

love you mestra