sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DE DÉU EM DÉU

De Déu em Déu
(foto Graça Loureiro)

Eu pergunto à estrela noturna;
- O que você faz aí ao léu?
E ela responde: - Não sei.
Sei que a noite é mistério
Cujos sinais eu quero decifrar.
Você já ouviu os ruídos da noite?
Você já ouviu os silêncios da noite?
Você já voou nos braços da noite?
Você já mergulhou a noite?
As estrelas me acompanham
e enfeitam o meu caminho.
São amigas, companheiras.
Nos seus passos cadencio os meus
E a Estrela Guia é só sabedoria
de quem muito viveu
que alimenta e sacia.
A madrugada me aconchega
em seu colo
E eu percorro a via dos sonhos
E descubro gozos impossíveis
E me embalo nas ondas de luz.
A aurora me despe
e nua me recolho
e a aguardo outra véspera
e assim eu vivo: de Déu em Déu.
Gleidi Campos

Um comentário:

Malu disse...

Quanto cabe na imensidão do vazio? Preenchemos nossas lacunas com as pequenas gigantezas da vida. Lindimais o poema. Vai-se indo... Belo, belo, Belle de Jour. Amote!