sexta-feira, 24 de abril de 2009

Delírio

(Foto Valery Velikov)

Teu corpo chora
Frenético e incansável
A me proporcionar prazer
E quanto mais te imploro
Tu segues a explorar cada
Ponto, desvendando os meus
Mistérios, fazendo-me gemer
Baixinho, pedindo mais e mais...

Eu deliro! Tu deliras!

E não pára...

Saliva minha alma
Invade minha boca
Deflora-me e segue
Num ritmo sintônico
Que linda sinfonia!

Sussurras poesia
Serenamente ao meu ouvido
Um gozo se anuncia
E outro...e mais...
Num êxtase poético
Tu cobre-me com teus versos
E eu derramo-me...prosa!

Lena Ferreira

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Uma fraude



Os caminhos, as trilhas que percorremos na vida nos dão oportunidades...
Apresentam-nos encantos. E dentre esses quesitos nos oferecidos a titulo de escolha sempre optei por admirar e me encantar com a essência do ser humano. Com a beleza de sua alma.
Um amigo me postou em um comentário de um texto aqui no blog, a seguinte frase:
“Gosto do simples, é mais verdadeiro.”
Essa frase tem um significado absurdo quando se fala de alma, de essência.
Sim! O simples é verdadeiro.
Nessas oportunidades que encontramos pelos caminhos me encantei com uma alma, de uma essência linda. Comecei a compreender e cheguei às essências e aos extratos. Era como se fosse a última mão de tinta de uma obra de arte... Uma tinta forte que não saía. Era linda, tinta simples, e sua química natural.

Usei lixa fina, muito fina e delicada nessa minha obra de arte... Era a alma perfeita que habitara ali. Chegamos a questionar será que existe? Havia dúvidas. A perfeição era grande.
A sintonia era fina.
Mas eu estava encantada com o perfume que essa alma exalava...
E ela encantada pelo frasco.
Entristeci-me havia errado no meu frasco. Mas me alegrei afinal o mais importante tinha apresentado, tinha doado a minha essência, o meu verdadeiro perfume. Meus sonhos, meus desejos... Pura e verdadeiramente numa entrega íntegra...

Mas não foi só a tristeza daquele dia... A decepção tomou conta de mim no momento em que percebi que foi ao contrário. O frasco que me apresentaram tinha conteúdo falsificado... A Alma que conheci não tinha a essência, nem cheiro que me parecia.
Era uma alma de conteúdo desconhecido, que se juntou a um exército para julgar o frasco... A casca. Casca essa, que surgiu de uma brincadeira com o próprio exército no passado. Veja isso!
E tudo se tornou de difícil compreensão. Valorizei o conteúdo do frasco. Valorizei a essência do ser. Ser Humano.
E como atingir esse frasco? Como atingir essa imagem que me apresentaram?
Impossível.
Não causo ferida na carne!

Essa alma é apenas um frasco não original para o perfume que pensei ter conhecido, ter sentido o cheiro. A imagem que conheci é casca e quanto a isso não se pode fazer nada... Pois me apresentaram um frasco original, porém, de perfume falsificado.

Eu? Eu apresentei um frasco falsificado, mas de perfume original...
Bastava abrir, sentir o cheiro.
A originalidade está na essência da alma que "ele" conheceu.

Às vezes me pego pensando nesse frasco... E não vejo o conteúdo, o perfume. Ele está vazio.
Fico a admirar a verdadeira essência, o verdadeiro perfume, que podem estar em falsos frascos.
O bom conhecedor de alma, de essência, conhece e aproveita a oportunidade que a vida lhe oferece. Ou lhe ofereceu!

O Conteúdo que pensei ter conhecido, o perfume que pensei ter sentido o cheiro, evaporou assim que o frasco falsificado foi aberto para que ele pudesse sentir o verdadeiro perfume da alma que já então conhecia.

O perfume, a essência da alma que conheci é falsificada, e de nada me serve o frasco original...
O perfume não tem qualidade...
Não tem duração...
Quando se trata de uma falsificação.


Gleidi Campos





Como flores

(Foto Papoulas Ana de Sousa,
Borboleta Keith Clementes,
Mãos Google Search)


No meu jardim:
flores carmins,
borboletas e afins.

Em meu coração:
a ternura da mão
que segura a minha...

É quando a procura
chega, finalmente,
ao tão esperado... SIM!

Rose Chiossi